Hoje, ao rever alguns artigos que escrevi aqui e depois de muito, muito tempo ausente, comecei sem querer, a falar de limites das nossas emoções e de uma palavra, cada vez mais falada nos dias de hoje, o BURN OUT. E apeteceu-me escrever um pouco sobre este assunto porque, este foi um dos motivos da minha ausencia. Não... Não sofri de BURN OUT felizmente. Não sofri porque a dada altura tive de fazer opções. E fiz. Conscientemente e sem remorsos. Sou do signo sagitário. Quem conhece os perfis dos sagitarianos sabem que gostam muito pouco de rotinas e estão sempre á procura de coisas novas para fazer e conhecer. E eu, desde que me conheço que sou assim. Um ser que está sempre à procura de coisas novas, que tem sempre objetivos novos ou dentro dos mesmos objetivos, caminhos diferentes para atingir esses objetivos. Sou um ser algo cansativo para algumas pessoas porque parece que nunca estou bem. Reconhecem-se nestas palavras ou conhecem alguém assim? Pois... estas pessoas são as mais sujeitas a BURN OUT e porquê? Porque a dada altura metem-se em 1001 coisas para fazer e têm 2000 objetivos e querem corresponder e dar tudo o que têm para chegar ao fim. E sabem o que acontece tantas e tantas vezes? Acabamos por deixar coisas a meio, coisas que até nos davam prazer, sonhos, porque... não somos de ferro. Porque as nossas emoções não nos deixam....Porque... percebemos que se continuarmos assim, das duas uma... ou acabamos a sofrer um Burn Out ou, deixamos de ser perfeitos no que fazemos. E se há coisa que nós também somos é perfecionistas. Não são só os sagitarianos obviamente. Há tanta, tanta gente assim. Estivemos 2 anos em pandemia. Uma pandemia que veio alterar a nossa forma de estar, pensar e até trabalhar. Algumas pessoas não lidaram com esta nova forma da melhor maneira e entraram em Burn Out. Outras pessoas souberam aproveitar o melhor que a pandemia trouxe. Outras ainda que a pandemia veio dar uma reviravolta tal nas suas vidas que estas não voltaram a ser as mesmas, seja pela perda de um emprego ou de entes queridos. Todos nós tivemos de fazer escolhas a dada altura das nossas vidas. E as escolhas que fazemos não significam o fim dos sonhos ou a não concretização de objetivos. Muitas vezes temos de fazer escolhas e adiar projetos de forma conseguir concretizar outros. E ás vezes esses outros podem não parecer tão importantes comos os nossos sonhos, aqueles que adiámos, mas são. São os MAIS importantes. São aqueles que se encontram na linha do tal limite das nossas emoções. São aqueles que nos dão a estabilidade emocional que precisamos para sermos felizes e para estarmos bem connosco e com os outros. O tempo dirá quando chegar a altura de abrir mais uma caixinha e deixar concluir mais um objetivo. Que pode ser apenas mais um passo, mais uma linha, ou no meu caso, mais um artigo no meu site, passado quase 4 anos desde o ultimo. O limite das nossas emoções é aquele lugar que, sentes que podes estar a ir para fora de pé sem saberes nadar muito bem, ou aquele lugar em que dás um passo maior que a tua perna. É diferente de sair da nossa zona de conforto. Tu sais várias vezes da tua zona de conforto quando vais à procura do teu sonho, quando estás a trabalhar para ele. Mas é muito importante que saibas que a tua zona de conforto está lá, para regressares a ela quando te sentires cansado. Para te conseguires reajustar, descansar, descomplicar, reclassificar. O limite das nossas emoções és tu que defines. Sem remorsos, sem condenações, sem desilusões.
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Aqui há umas semanas, escrevi um artigo para o blog "com regras" que partilho aqui com vocês também. Ouve-se falar muito de pais preocupados com a forma como as escolas de hoje em dia dão as matérias, dos extensos e inadequados programas que têm de ser cumpridos à risca pelos professores, da avaliação dos alunos e dos próprios docentes. Falam de escolas com métodos chamados de alternativos, criticam os métodos antigos e os docentes que a praticam. Suspiram, sonham com a escola do futuro em que as crianças são tratadas como crianças, aprendem cada uma ao seu ritmo, sabem gerir emoções e são… felizes. STOP! A felicidade não existe apenas nessas escolas. A felicidade dos vossos filhos encontra-se dentro deles e não, não precisa de morrer apenas e só por estar numa escola antiga, com métodos antigos, exigentes, inadequados, ou seja o que for. Todas as crianças e jovens podem ser felizes, realizados, motivados, criativos seja onde for, basta eles acreditarem que é possível. Basta vocês pais, acreditarem que é possível. E como é que isso se faz, quando uma criança chora porque não entende a matéria, ou porque a professora ralhou com ela porque estava a perturbar o normal funcionamento de uma sala de aula (ou simplesmente a ser criança, como diriam alguns de vós)? Não. Não é criticando o sistema, as escolas, o ensino, os professores. NÃO. É compreendendo a criança, ensinando-a a descobrir formas de lidar com as angústias, frustrações, concentração, atenção, alegria, interesse. Reparem que pela nossa vida fora, nós adultos vamos ser confrontados com situações como as que passámos nas escolas. Vamos ter chefes idiotas e prepotentes, vamos ter colegas faladores, brincalhões, companheiros, cobras e víboras. Vamos ter um emprego que adoramos (vamos fazer por isso, pelo menos) mas mesmo adorando o nosso emprego, vamos ser obrigados a fazer coisas que detestamos. Isto vai ser assim pela nossa vida fora! Então STOP! Parem de criticar o sistema, o ensino, os métodos, os professores. É óbvio que há coisas que podiam ser melhores, mas isso vai sempre haver! Não há métodos perfeitos, não há ensino ideal, não há matérias adequadas. Cada criança terá o seu ritmo, cada criança aprenderá da forma que lhe for mais adequada, cada criança chorará, rirá, brincará, ficará triste, feliz, frustrada, motivada, surpreendida, confiante, orgulhosa. E para isso não precisamos de escolas alternativas. Precisamos de pais e professores alternativos, que procuram na criança e no jovem a capacidade secreta de serem felizes em qualquer circunstância. Desafio-vos a pensarem fora da caixa, para dentro de vocês. Todos vocês têm essa capacidade dentro de vocês. A capacidade de procurar a felicidade em qualquer circunstância. E os vossos filhos, alunos, também. TODOS. E deste modo, o local onde aprendem as matérias, o sistema de ensino, será o que de menos importante. E isto é válido para TODOS. Alunos, Pais, Docentes. Foi há 11 anos que descobri um amor que é impossível explicar em palavras. Fui brindada em dose dupla de amor, mas não vou esconder que também passámos fases complicadas.
Aprender a amar incondicionalmente, a gerir e reconhecer emoções, aprender o significado de resilência, ir buscar montes de paciência, aguentar noites mal dormidas (ou mesmo não dormidas) e tudo o mais que vem com a maternidade, no nosso caso sempre a dobrar. Quando olho para estas fotos emociono-me e não consigo evitar deixar cair uma lágrima. Os primeiros anos foram tão intensos que, gostava de conseguir voltar atrás no tempo, apenas para poder apreciar o olhar, o riso, o cheiro da pele de bebé. Queremos que eles cresçam mas quando crescem, achamos que cresceram depressa demais. 11 anos já. 11 anos a ser mãe. Ser mãe para mim foi sem duvida um ponto de viragem. Há 11 anos que me questiono acerca de qual o meu papel no mundo. Qual o meu propósito. Que legado quero deixar aos meus filhos. O ano passado percebi que o que mais quero é que eles percebam o significado de não desistir, de lutar por aquilo que acreditam e que consigam no futuro ser o melhor que conseguirem, fazendo aquilo que mais gostam. Assim encontrarão a felicidade. Acredito agora que se quisermos, podemos ser quem quisermos. O caminho por vezes (quase nunca) não é fácil, tem obstáculos, pedregulhos, precipícios e animais ferozes, mas cabe-nos a nós, ultrapassar esses obstáculos e continuar rumo ao nosso sucesso. E eu estarei aqui para os ajudar nesse caminho, como companheira, como mãe, como um ombro amigo, como mentora. Mas o caminho vai ser o deles, o que escolherem e podem caminhar da forma como bem entenderem. 11 anos já. 11 anos a ser mãe. 11 anos a dar o melhor de mim como mãe. Adoro-vos meus filhos. Vocês são sem duvida, o melhor de mim. Como mãe de gémeos, devem calcular que ouvi durante muito tempo (ainda hoje oiço com alguma frequência), coisas como... coitadinha... dão muito trabalho? dão-se bem? O que nunca ninguém pergunta é como nos sentimos quando temos duas crianças a desafiarem-nos desde o primeiro minuto de vida e a fazerem-nos questionar os nossos próprios valores e aquilo em que acreditamos. Digo sempre e aliás, escrevi no livro, que para mim os 3 primeiros anos foram sim o verdadeiro desafio em todos os sentidos... emocionalmente, familiarmente, psicologicamente, fisicamente. Mas porque é que foi assim? Porque é que tanta gente partilha desta máxima que os 3 primeiros anos são uma montanha russa? Não são estes 3 anos, os anos mais importantes da vida dos nossos filhos? Então porque é que não são os mais importantes da nossa? Respondo agora, passados 10 anos de montanhas russas, depois de ter passado o meu processo de aprendizagem pessoal e emocional. Não são os mais importantes da nossa porque nós temos dificuldades em entender as emoções dos nossos filhos e achamos que toda a birra é pura provocação para nos chatear e para nos fazer ver quem manda... um esticar de corda sem fim. Mas não é assim. Como queremos nós que os nossos filhos percebam o que são emoções e reconheçam as suas emoções de forma a agirem em conformidade, se nós próprios não conseguimos fazer com as nossas? E não é verdade que os bebés não entendam quando falamos com eles... eles entendem... muito bem... e vão entendendo cada vez melhor, de cada vez que percebem que nós, pais, os seres grandes que cuidam deles, os modelos de vida, percebemos o que sentem, entendemos a tristeza, partilhamos as frustrações, as alegrias, as emoções. Da próxima vez que o vosso bebé estiver a fazer uma birra por algum motivo, antes de criticarem, bufarem, gritarem, tentem colocar-se na pele do vosso bebé por um instante que seja. Fechem os olhos, respirem e sintam o que o vosso bebé está a sentir. Se eu soubesse... se alguém me tivesse ensinado que estes eram os momentos mais importantes da vida deles... tenho a certeza que também passariam a ser os meus. E todas as birras (ou quase todas), esticares de corda, lutas de poder... perderiam a sua força... e tudo seria emocionalmente muito mais tranquilo, muito mais feliz. Porque... na verdade eles crescem... e quando damos por nós, já não temos bebés... e vemos quase a passar por entre os dedos a oportunidade de sermos a mãe que eles precisam. Porque os desafios não acabam depois dos 3 anos. O desafio continua enquanto somos MÃES! |
AutorRita Silva Cardoso Histórico
Abril 2023
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